Entende-se por classe C os lares cujo rendimento mensal está entre R$ 1.115 e R$ 4.807. Segundo dados do estudo “Consumo das Famílias Brasileiras até 2020”, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), as classes C, D e E do Brasil registraram juntas gastos de R$ 864 bilhões em 2009. Isto equivale a 78% do volume desembolsado pelas classes A e B, que totalizou R$ 1,10 trilhão no mesmo ano.
De acordo com o boletim “Economia Brasileira em Perspectiva”, produzido pelo Ministério da Fazenda, e publicado em agosto deste ano, a classe C já corresponde a 103 milhões de brasileiros, ou seja, mais de 50% da população do país. O documento aponta que, desde 2002, cerca de 25 milhões de pessoas foram incluídas nesta classe social. Ainda segundo o estudo, os principais motivos para a ascensão de tantas famílias foram o aumento do salário mínimo, controle da inflação, geração de empregos e benefícios sociais, por exemplo, o Programa Bolsa Família
Com o aumento do poder aquisitivo das famílias, abre-se um novíssimo mercado consumidor, que anteriormente não podia dar-se ao luxo de, por exemplo, jantar em restaurantes ou freqüentar lanchonetes. “Certamente o desejo de consumo, antes reprimido pela falta de renda, será extravasado por essa nova classe C”, afirma o economista Jean Pontara, sócio da JPontara Gestão & Negócios, empresa que atua no desenvolvimento do mercado de Food Service. “A prova disso é a preocupação do governo com o consumo. O poder público lançou medidas de restrição ao crédito para conter os gastos da população, na qual 50,5% é da classe C”, completa Pontara.
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