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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não há futuro com Kadafi, afirmam Sarkozy, Obama e Cameron

Os líderes de França, Estados Unidos e Grã-Bretanha, Nicolas Sarkozy, Barack Obama e David Cameron, afirmam que "é impossível imaginar um futuro para a Líbia com Kadafi", em artigo assinado pelos três e que será publicado nesta sexta-feira pela imprensa francesa, americana, britânica e árabe. Eles destacam a necessidade de dar prosseguimento às operações militares para acelerar sua partida e permitir uma transição.

"Não se trata de afastar Kadhafi pela força. Mas (...) é impensável que qualquer um que queira massacrar seu povo desempenhe um papel no futuro governo líbio", escrevem os presidentes francês e americano e o primeiro-ministro britânico nos quatro jornais. "Isso condenaria, além disso, a Líbia a ser não apenas um Estado pária, mas também um Estado falido", prosseguem os três dirigentes no artigo que será publicado porLe Figaro, Times de Londres, International Herald Tribune e Al-Hayat, estimando que "qualquer compromisso que mantenha (Kadafi) no poder se traduziria por mais caos e anarquia".

Para acelerar a partida do número um líbio, Obama, Cameron e Sarkozy consideram que "a Otan e os parceiros da coalizão devem manter suas operações, para que a proteção aos civis seja mantida e que a pressão sobre o regime aumente". "Então poderá começar a verdadeira transição de um regime ditatorial para um processo constitucional aberto a todos, com uma nova geração de dirigentes", acrescentam eles.

Se consideram que a ONU e seus membros deverão "ajudar o povo líbio a reconstruir os que foi destruído por Kadafi", os quatro líderes lembram, no entanto, que "é o povo líbio, e não as Nações Unidas, que escolherá sua nova Constituição, elegendo novos dirigentes e escrevendo o próximo capítulo de sua história". Apesar de repetirem que "Kadafi deve partir, definitivamente" para permitir esta transição, Cameron, Sarkozy e Obama pedem de imediato "um fim real da violência que se traduz por atos, não por palavras" e estimam que "o regime deve se retirar das cidades que cerca (...) e fazer retornar seus soldados às casernas".

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da
Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques deFrança, Reino Unido e Estados Unidos.


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