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terça-feira, 12 de abril de 2011

ARTES

Leonardo da Vince

Leonardo nasceu numa aldeia perto de Florença, Itália, em 1452. Seu pai, o tabelião Piero não se casou com a jovem Catarina e recusou-se a dar ao menino um nome, o que veio a tornar famosa a aldeia de Vinci.
Um dos maiores gênios de todos os tempos, principal figura da renascença Leonardo consegue ser um mestre da pintura com apenas meia dúzia de quadros -- os únicos que lhe podem ser atribuídos com toda certeza e exclusividade -- entre os quais estão o mais famoso do mundo, a Mona Lisa, e o mais reproduzido na história da arte, A Ceia.

Leonardo passou a infância na casa do avô, longe do pai, mimado pela mãe. Jovem, não foi um exemplo de força de vontade ou rigidez de caráter. Em 1476, por exemplo, os arquivos locais registram duas denúncias contra ele, por maus costumes (sem revelar o que seriam estes atentados ao pudor público).
Aos 16anos já desenhava e pintava, e o pai mandou-o a Florença para trabalhar no ateliê de Verrocchio. Florença era naquela época, cidade de grande prestígio e de muitas glorias. Seu governador, Lourenço de Médicis, chamado "o magnífico", a transformara num centro de cultura, dera-lhe paz e prosperidade. A arte florentina estava no apogeu: Verrocchio, Botticelli, Filippino Lippi e Ghirlandaio - entre outros - ali trabalham protegidos pelo regente. A extraordinária beleza física de Leonardo abre-lhe as portas: louro, olhos azuis, nariz aquilino, teria sido o modelo para o Davi, de Verrocchio. Mas é a sua inteligência e o espírito brilhante que lhe mantêm essas portas abertas.
O Batismo de Cristo, de Verrocchio, é o seu primeiro trabalho importante de aprendiz: o anjo à esquerda segundo consta, é totalmente seu. Giorgio Vasari, pintor menor, mas o maior historiador da arte do Renascimento e contemporâneo de Leonardo, afirma que Verrocchio acabou desgostoso com a pintura, ao ver-se ultrapassado pelo próprio aluno. O certo, porém, é que Verrocchio exerceu sobre Leonardo profunda influência, a qual, embora pequena no campo artístico, foi bastante marcante no campo intelectual.
Diz Vasari, a propósito de Leonardo: "Se não tivesse sido tão volúvel e inconstante, teria feito um grande proveito na erudição e nas letras". Ou em qualquer campo que escolhesse. O problema é que não se fixava e, ainda muito moço, já se dedicava aos desenhos arquitetônicos e aos inventos mecânicos.

Num ensaio famoso, Freud - o pai da psicanálise - atribui uma causa infantil a esta inconstância de Leonardo: viveu com a mãe somente até os 4 anos, quando ela se casou com um certo Accattabriga del Vacca. Indo morar com o avô paterno, Antonio, assistiu ao casamento do pai com Albiera Amadori. O casal não teve filhos e Leonardo chamava a madrasta de madrinha, ligando-se muito a ela. Mas ainda não tinha 13 anos no dia em que ela morreu, e viu o pai casar-se mais três vezes. E não tinha 14 anos quando morreu o avô, seu grande amigo.
Em 1482, aos 30 anos, oferece seus serviços ao Conde Sforza, Ludovico, o Mouro, e segue para Milão, deixando em Florença, inacabadas, duas obras de pintura: Adoração dos Magos e São Jerônimo. Um dos pastores da Adoração, ao que tudo indica, é o seu auto-retrato aos 22 anos. O que encanta os críticos nas suas pinturas inacabadas é exatamente a possibilidade de verem a obra de arte no ato da sua criação.
Fica em Milão até 1499 para projetar a catedral da cidade, mas acaba esboçando e construindo a rede de canais e um vasto sistema de irrigação e abastecimento de água. Além disso, planeja e organiza a defesa de Milão, pondo em prática sua "inventiva" na construção de máquinas para a guerra: o carro de assalto que imaginou, coberto de toras de madeira, movia-se à força de homens ou animais protegidos no seu interior, disparando sobre o inimigo com armas que se deslocavam sobre a abertura superior; o canhão de canos múltiplos disparava rajadas, como as metralhadoras inventadas séculos depois.
Urbanista, fez um projeto completo para a cidade de Milão, eliminando muros, alinhando ruas, prevendo esgotos, vias de dois pavimentos em que os pedestres andariam por cima, deixando a pista embaixo livre para veículos. As casas seriam amplas e ventiladas, e haveria enormes praças e jardins públicos.
Ainda encontrava tempo para superintender as representações teatrais, organizar as sessões de música no palácio e dirigir as grandes festas, enquanto trabalhava numa gigantesca estátua eqüestre de Francesco Sforza. Só o cavalo estava completo, quando os franceses, invadindo a cidade, destruíram o modelo em gesso em 1500. Também datam dessa época seus estudos de Anatomia e Proporções, de Perspectiva e de Óptica.

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