Recentemente, três importantes instituições divulgaram pesquisas que apontam o mesmo fenômeno: o surgimento de uma nova classe média no Brasil. A Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, o IPEA e o Instituto Ipsos falam em algo como 20 milhões de brasileiros que melhoraram seu poder aquisitivo e somaram-se à parcela que hoje representa metade da população brasileira. Caro leitor, pode parecer uma novidade, mas se você acredita que faz parte da classe média possivelmente está enganado. A verdadeira classe média brasileira ganha em média R$ 2.600,00 e na grande maioria dos casos estudou a vida toda em escola pública.
Não é à toa que as duas mais importantes revistas semanais do Brasil destacaram, em matéria de capa, o fenômeno dessa nova classe C. Impulsionados sobretudo pelo aumento do trabalho formal, temos milhões de brasileiros que, cansados de esperar, inundam shopping centers ávidos pelo acesso a produtos e serviços há pouco tempo restritos a um número limitado de consumidores. A pergunta que não quer calar é: será que esse mercado é uma bolha ou veio para ficar?
O aumento do poder de compra das camadas menos favorecidas é sustentado por quatro fatores que, ao menos em um horizonte próximo, não deverão ser alterados:
1 – FATOR DEMOGRÁFICO: As classes C, D e E são,, em geral, muito mais jovens que as classes A e B. Ou seja: se hoje as classes C, D e E já são maioria, serão ainda mais no futuro.
2 – FATOR SALÁRIO MÍNIMO: Nos últimos 10 anos o Brasil vem promovendo aumento real no salário mínimo, o que faz com que – ao menos na base da pirâmide – a massa de renda cresça acima da inflação. Com isso, sobra mais dinheiro para o consumo.
3 – FATOR CRÉDITO: Hoje, as classes C, D e E detêm 67% dos cartões de crédito. O crédito consignado e as prestações e financiamentos a perder de vista são uma realidade que torna possível o consumo da maioria dos produtos. Mesmo assim, o índice de endividamento do brasileiro ainda é muito inferior ao dos outros países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
4 – FATOR BOLSA FAMÍLIA: O maior programa de distribuição de renda do governo federal injetará R$ 11 bilhões na economia. Sem entrar no mérito do programa nem dos produtos que são comprados com essa grana, o fato é que os beneficiários do Bolsa Família gastam esse dinheiro no pequeno comércio do bairro (que pertence, em geral, a comerciantes da classe C), que por conta disso contratam mais e compram mais da indústria, criando um circulo virtuoso na economia.
Como o Brasil é uma democracia de voto obrigatório, onde o voto do eleitor da classe A vale a mesma coisa que o voto do eleitor da classe D, nenhum governante irá alterar os fatores econômicos que justificam o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros. Afinal, caro leitor, vocês acham que aumento do salário mínimo, expansão de crédito e o Bolsa Família dão voto ou tiram voto? Nenhum governante, portanto, irá mexer nos pilares que sustentam o aumento do poder de compra das camadas populares.
Alem dessa classe temos outras classes como:
ResponderExcluirClasse A1: inclui as famílias com renda mensal maior que R$ 14.400
Classe A2: maior que R$ 8.100
Classe B1: maior que R$ 4.600
Classe D: maior que R$ 600
Classe E: maior que R$ 400
Classe F: menor que R$ 200