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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Amazônia

04/04/2011 - 16:31

Estiagem 'mata' as árvores da amazônia mato-grossense



De Sinop - Alexandre Alves
Foto: Reprodução-TV GloboInfográfico revela mapa da seca em 2010 Infográfico revela mapa da seca em 2010


Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) revela que árvores centenárias estão morrendo na floresta amazônica, por causa da falta de água durante a severa seca de 2010 na região, quando o fogo tomou conta praticamente de toda a mata, sobretudo no norte de Mato Grosso e Sul do Pará.

O cientista Paulo Brando disse, em entrevista ao programa “Fantástico”, exibido neste domingo, que uma Mirindiba com mais de 100 anos morreu de sede, em Querência (962 km de Cuiabá), região norte do Araguaia.

“Morreu, perdeu a copa, e tem uma infestação de cipós em cima dela. Provavelmente, se tiver um vento muito forte ela vai cair”, conta o pesquisador, revelando que a árvore com mais de 30 metros de altura precisava de 500 litros de água por dia.

A pesquisa vai além e aponta que a morte de milhares das árvores grandes e a consequente queda delas acaba abrindo lareiras na floresta, aumentando a exposição do solo aos raios solares, o que contribuiu para deixar a terra mais seca ainda. Com isso, se junta mais folhas e galhos secos espalhados pelo chão, ambiente perfeito para outro inimigo da floresta, o fogo.

“Mais importante do que a seca em si, talvez seja sua interação com o fogo. Em ano de seca, as florestas ficam mais vulneráveis ao fogo. E, se o fogo correr, tem um potencial para a mortalidade de árvores muito maior e uma liberação de carbono muito maior”, expõe o cientista.

Um estudo divulgado pela revista americana Science vai ainda mais longe, apontando que após a seca, a floresta amazônica é agora uma vilã do aquecimento global. A seca do ano passado provocou uma redução no ritmo de crescimento da floresta e, com isso, ela deixou de capturar três bilhões de toneladas de gás carbônico da atmosfera.

Contudo, os estudos não comprovaram a relação direta das secas mais frequentes com o aquecimento do planeta.

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