Tiroteio em Frankfurt pode ter motivação terrorista
Guido Steinberg, especialista em terrorismo do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança, vê "fortes indícios" de que o atentado que deixou um saldo de dois mortos e dois feridos no Aeroporto Internacional de Frankfurt, na quarta-feira (02/03), tenha sido executado por razões terroristas. O ataque foi praticado por um cidadão de origem kosovar, crescido em Frankfurt, suspeito de manter contatos estreitos com grupos fundamentalistas, afirma Steinberg.
Segundo o especialista, o perfil do acusado no Facebook remete a tais ligações. O acusado, Arid U., de 21 anos, foi detido imediatamente, tendo confessado, já nos primeiros depoimentos, a autoria do crime. Até agora, no entanto, não se tem conhecimento de nenhuma organização terrorista que pudesse estar por trás do atentado.
Postura antiamericana
O jovem matou a tiros dois soldados norte-americanos no aeroporto de Frankfurt e feriu mais dois, que se encontram hospitalizados correndo perigo de vida. Uma das duas vítimas exercia a função de motorista do ônibus que se encontrava a caminho da base aérea norte-americana de Ramstein, no estado alemão da Renânia do Norte-Palatinado. Dali, os soldados deveriam seguir para uma missão no Iraque ou no Afeganistão.
Um dos indícios apontados por Steinberg é o fato de as vítimas terem sido dois soldados norte-americanos. Para o especialista, os fundamentalistas islâmicos que vivem na Alemanha caracterizam-se especialmente por uma postura antiamericana.
O chamado Grupo de Sauerland, por exemplo, que arquitetou em setembro de 2007 atentados em território alemão, tinha em mira sobretudo instituições norte-americanas no país. Os mentores do ataque, que não chegou a ser realizado por ter sido desbaratado a tempo pela polícia, foram condenados a 12 anos de prisão.
Paralelos com outros casos
Steinberg observa que, caso a hipótese se confirme, os dois soldados norte-americanos mortos no aeroporto de Frankfurt terão sido as primeiras vítimas de terrorismo islâmico na Alemanha. O ataque, de acordo com o especialista, apresenta paralelos com outros praticados por indivíduos indiretamente ligados a grupos ou milícias. Um exemplo é o caso de um psiquiatra das Forças Armadas que matou 13 pessoas e feriu 29 no Texas, em novembro de 2009.
O culpado, na época com 39 anos, mantinha ligações com um imã radical, que o definiu como "herói" depois do atentado. O atual caso em Frankfurt pode ser "o equivalente alemão", compara Steinberg.
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