Desde 1981, o Egito tem sido governado pelo presidente Hosni Mubarak, dentro de um presidencialismo ditatorial que durante anos reprimiu qualquer tipo de manifestação popular e política nas ruas. Inspirados pela derrubada do presidente da Tunísia, Zine Al-Abidine Ben Ali, jovens e políticos oposicionistas começaram a ocupar as ruas das principais cidades do Egito contra Mubarak.
No Egito, as manifestações iniciaram com o “Dia da Revolta”, evento ocorrido em 25 de janeiro de 2011, a partir de então uma onda de protestos civis começaram a tomar o Egito e a enfrentar conflitos com as Forças de Segurança e as Forças Armadas do país. A maioria dos manifestantes, formada por jovens nascidos em meados da década de 80, exigia, por meio da queda de Mubarak, o fim da crise econômica, do desemprego, e da corrupção no Egito.
Cairo, Suez e Alexandria foram os principais pontos de manifestações. Na organização dos protestos esteve presente o grupo Movimento seis de Abril, grupo político oposicionista que convocou milhares de estudantes e trabalhadores às ruas com o apoio dos Irmãos Muçulmanos e do Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, político que deixou o exílio na Áustria para participar da frente contra a ditadura.
No país, a religião majoritária é a Islã Sunita e, apesar da cultura religiosa, as mulheres também marcaram presença nos protestos. No dia 29 de janeiro de 2011, o presidente Mubarak resolveu romper o silencio:
“Pedi ao governo para renunciar e formarei um novo Gabinete. Como presidente do país garanto que estou protegendo a população e garantindo a liberdade, desde que a lei seja respeitada. As pessoas querem mais empregos, preços mais baixos, menos pobreza. Sei que todos esses temas são necessários, e trabalho por eles todos os dias. No Egito, o poder está com o presidente”
O presidente se colocou como vítima de um processo de desestabilização do Egito, nomeou um novo ministério e criou o cargo de vice-presidente, antes inexistente. Para desestabilizar os protestos, o governo de Mubarak determinou o toque de recolher, cortou as telecomunicações e a internet. A internet foi um dos principais veículos de comunicação da juventude egípcia para espalhar pensamentos contra a ditadura e marcar pontos de concentração popular, ato mantido pelos civis apesar da proibição do acesso à rede.
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