Entenda a crise no Egito
Hosni Mubarak comandou o país durante 30 anos.
Ele deixa cargo após 18 dias de levante popular.
A decisão ocorre após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos. O movimento popular tem inspiração no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, cujo governo se prolongava havia 23 anos. Além do Egito, os levantes no mundo árabe inspirados no exemplo da Tunísia se espalharam por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Sudão e Omã.
Aos 82 anos, Mubarak já havia apresentado alguns problemas de saúde e, depois da pressão popular, admitiu que não seria candidato a um sexto mandato na eleição presidencial. A eleição está prevista para setembro deste ano.
Analistas acreditavam que ele iria tentar emplacar seu filho, Gamal Mubarak, como sucessor no comando do Partido Nacional Democrático (PND), o maior do país. Entretanto, Gamal e outras lideranças deixaram o partido no sábado (5). Nesta sexta, o secretário-geral do partido, Hossam Badrawi, renunciou ao cargo dizendo que o país em crise "precisa de novos partidos".
Fotos históricas de Mubarak: à esquerda, ele fala ao Parlamento em abril de 1987; à direita, no alto, imagem de 1981, quando era vice-presidente; à direita, no canto inferior, Mubarak em encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em 2011.
Um dia antes da renúncia, Mubarak fez discurso na TV e afirmou que pretendia continuar no governo até setembro, à frente da transição de poder. Ele também disse que iria transferir poderes ao seu vice, Omar Suleiman.
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