Greenpeace faz campanha pela preservação dos mares
Relatório sobre a situação dos mares brasileiros revela que 80% das espécies exploradas pela pesca comercial estão ameaçadas de extinção e apenas 0,4% dos 8.600 km da costa fazem parte de Áreas Marinhas Protegidas
O GREENPEACE lançou, no dia 19 de agosto, a campanha "entre nessa onda"a primeira da ONG voltada para a preservação marinha no Brasil. A iniciativa vem em resposta ao relatório “À deriva – Um panorama dos mares brasileiros”, elaborado pela Organização após a consulta de 46 especialistas no assunto e que aponta que o estoque pesqueiro do Brasil é explorado além da sua capacidade de reprodução e muitas espécies estão ameaçadas de extinção.
Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha destacou que o objetivo inicial da campanha é a conscientização. Uma pesquisa feita pelo instituto ipsos nas principais capitais do país, a pedido do Greenpeace, constatou que os brasileiros são mal informados sobre a necessidade de proteger o ecossistema marinho.
Como forma de sensibilizar as pessoas para o problema, o Greenpeace está promovendo algumas ações: uma instalação, uma mostra de fotografia e o lançamento do filme "O mar é nosso?".
O filme tem roteiro e direção de Lawrence Wahba, mergulhador e cinegrafista submarino, que também fez os filmes “Dez Anos em Busca dos Grandes Tubarões" e “A Ilha dos Golfinhos”. Parceria do Greenpeace com o Canal Azul, o vídeo, que está sendo lançado junto com a campanha, usa uma linguagem didática para explicar a necessidade de preservar o mar. Mil cópias serão distribuídas para escolas com fins educativos e o canal de TV National Geographic o exibirá no mês de setembro:
- dia 20, às 12 h
- dia 24, às 16h e
- dia 28, às 13 h.
A instalação - composta por um túnel de quase 30 metros de comprimento, quatro espaços cenográficos e um cine-iglu - reproduz cheiros, sons e sensações ligadas ao mar e aos desafios de conservá-lo. Nos dias 23 e 24 de agosto, ela estará montada no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Depois seguirá para outras capitais brasileiras, entre elas Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
A mostra de fotografias “Defendendo Nossos Oceanos”, em exposição no Conjunto Nacional, em São Paulo, até o dia 21 de agosto, exibe imagens capturadas durante a última campanha do Greenpeace, na Antártida, em defesa das baleias. A expedição contou com a participação de Leandra, que acredita que as pessoas não se dão conta da necessidade de preservar o mar porque é difícil conceber que debaixo de todo aquele azul existem problemas.
LONGE DA VISTA, LONGE DO CORAÇÃO
“As pessoas pensam que o mar é infinito, não compreendem que estamos extraindo dele muito mais do que ele pode nos dar”, diz o Almirante Gusmão Câmara, paleontólogo e ambientalista. Para ele, nós não entendemos os problemas ligados à preservação dos oceanos porque não os vemos, mas alguns deles são irreversíveis, como os efeitos do aquecimento global, a degradação das áreas costeiras pela ocupação humana e a introdução de espécies exóticas em habitats a que não pertenciam naturalmente.
Apesar das dificuldades e dos números alarmantes citados pelo Almirante, que indicam, por exemplo, que 30% dos corais do mundo – que abrigam um quarto das espécies marinhas – passam por problemas muito sérios e que 20% de todos os mangues foram destruídos para a criação de camarão, Gusmão Câmara acredita que muito pode ser feito na tentativa de desacelerar a degradação dos mares.
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