Trinta e um homens trabalhavam nos locais em regime de semi-escravidão
Terminou nesta quarta-feira (6), após sete dias de investigações, a "Operação Senzala" de combate a extração clandestina de quartzo e a exploração escrava de trabalhadores no distrito de Senador Mourão, em Diamantina, Região Central do Estado. A operação foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério Público do Trabalho, o Departamento Nacional de Produção Mineral e o Instituto Chico Mendes.
Segundo a PF, nas fazendas Dom Bosco e Estoque foram apreendidas 375 toneladas do mineral na forma leitosa, além de diversos equipamentos utilizados na extração do quartzo, como pá carregadeiras, motobomba, patral e motores, além de vários documentos fiscais.
Trinta e um homens trabalhavam nos locais em regime de semi-escravidão, sem equipamentos de segurança, morando em condições precárias e sem registro em carteira de trabalho, conforme a polícia.
Nas fazendas, que ficam próximas ao Parque Nacional das Sempre Vivas, os policiais federais da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio-Ambiente e Patrimônio Histórico, responsáveis pela operação, verificaram que eram extraídos cerca de duas mil toneladas de quartzo por mês, sendo que cada tonelada seria revendida a R$ 40. A quantidade retirada mensalmente, de acordo com a polícia, danifica áreas consideradas de preservação permanente.
Ninguém foi preso durante a operação, já que os responsáveis pelas minerações não foram localizados pela polícia. No entato, segundo o delegado Rodrigo Fernandes, três pessoas que seriam responsáveis pelas mineradoras foram indiciadas por crime ambiental, usurpação de bem União e por manter trabalhadores em situação análoga ao de escravidão. Eles poderão ter a prisão preventiva decretada. Se condenados, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.
Todos os indiciados, além dos donos das siderúrgicas que compravam os produtos, serão ouvidos pela PF. Os trabalhadores tiveram seus contratos de trabalho rescindidos.
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